Protesto histórico arranca convocação do Congresso. Caravanas de todo o País já se organizam.
Reunido em Brasília nesta quarta-feira, 26, o CNG deliberou que a greve dos servidores do Poder Judiciário federal vai continuar. A orientação é para que o movimento seja intensificado. Com a sessão conjunta do Congresso Nacional convocada para a quarta-feira, 2 de setembro, a pressão sobre os parlamentares, principalmente da base governista e os líderes dos partidos, vai aumentar.
A convocação foi conseguida após a forte pressão dos servidores e do corpo a corpo dos dirigentes que cobraram do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB), uma resposta aos manifestantes. Reunidos no gramado em frente ao Congresso Nacional na terça-feira, 25, dez mil servidores realizaram mais um protesto histórico na luta pela reposição das perdas salariais.
A avaliação do Comando Nacional de Greve (CNG) é que o momento é delicado, pois mesmo convocada, manobras regimentais podem impedir sua realização. Mas com a pressão dos servidores, o cenário pode favorecer a derrubada do Veto 26.
Como forma de intensificar a pressão, novo Ato Nacional foi convocado para o dia da sessão conjunta. A expectativa é que na iminência de um resultado, na quarta-feira aumente o número de servidores até agora registrado nas manifestações. Para apoio na acomodação, o Sindjus/DF criou a campanha Hospedagem Solidária. Nela, servidores do Distrito Federal acolhem em suas próprias residências, aqueles vindos de outros estados. Ainda foi colocada a possibilidade de que as caravanas dos Estados possam ajudar os servidores do DF nos arrastões nas unidades locais do Judiciário federal.
Outra orientação do CNG é quanto à necessidade de participação dos servidores do Ministério Público da União (MPU) na luta pela recomposição salarial plena. Na terça-feira, 18, o plenário do Senado aprovou emenda substitutiva do relator ao PLC 41/2015 – que trata do reajuste do MPU – rebaixando a proposta original aos mesmos moldes daquela negociada entre o STF e o governo federal, no caso do poder Judiciário. Enquanto os senadores aprovavam o substitutivo, do lado de fora os servidores protestavam contra a manobra do governo e sua base aliada.
Nos Estados, além de intensificar a greve, a orientação é pela realização dos apagões nos dias 1 e 2 de setembro (terça e quarta-feira), de modo a garantir boas atividades de mobilização e fortalecer as caravanas a Brasília para o Ato Nacional da quarta-feira, 2.
Pela Fenajufe, a reunião contou com a presença dos coordenadores Adilson Rodrigues, Cledo Vieira, Iracema Pompermeyer, Eugênia Lacerda, Ramiro Lopez, Saulo Arcangeli, Madalena Nunes, Alexandre Magnus Martins, Luís Cláudio Correa, Tarcísio Ferreira, Joaquim Castrillon e Carlos Humberto Rodrigues. Dos Estados participaram dirigentes do Sitraam/AM, Sinjeam/AM, Sindjus/AL, Sindjufe/BA, Sintrajufe/CE, Sindissétima/CE, Sinje/CE, Sindjus/DF, Sinpojufes/ES, Sintrajufe/MA, Sitraemg/MG, Sindjufe/MS, Sindijufe/MT, Sindjuf/PB, Sintrajuf/PE, Sintrajufe/PI, Sinjuspar/PR, Sinjutra/PR, Sisejufe/RJ, Sintrajurn/RN, Sindijufe/RO-AC, Sintrajufe/RS, Sintrajusc/SC, Sintrajud/SP, Sindiquinze/SP e Sindjufe/TO.
Calendário
O Comando aprovou ainda o calendário de atividades a serem desenvolvidas nos próximos dias:
1º e 2/9 – Apagão geral do PJU e MPU nos Estados, com caravanas a Brasília.
1º/9 – 18 h – Reunião do CNG, preparatória do ato.
2/9 – Ato Nacional dos servidores do Judiciário e MPU. Concentração às 10h no Gramado em frente ao Congresso Nacional (Alameda dos Estados).
2/9 – 18 h – Reunião do Comando Nacional de Greve, podendo ser adiada para quinta-feira, 3, dependendo dos desdobramentos das atividades do dia.
da Fenajufe, Luciano Beregeno
Foto: Eliane Mendes/Fenajufe