Uma Oficial de Justiça de Comarca do interior procurou a Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo (AOJESP) por estar sofrendo com o excesso de trabalho e pressão no cartório. O número de mandados cresce diariamente.
Segundo a Oficiala, quando ela foi transferida para a Vara onde está lotada atualmente, encontrou várias pilhas de mandados acumulados. Os outros dois Oficiais de Justiça, com quem repartiria o trabalho, encontravam-se afastados por problemas de saúde. Essa situação se manteve durante dois anos, sem que nenhum outro Oficial fosse nomeado para auxiliar no trabalho. ?Eu não consigo fazer penhora e cumprir os mandados. Trabalho em regime de urgência. Diligencio hoje para atender a audiência de amanhã, o psiquiatra me prescreve remédios que ativam a serotonina. Tenho cinco filhos, trabalho honestamente e melhor que certos colegas, porém a juíza não quer me receber para conversar?, desabafou.
Cansada e com sintomas de depressão e síndrome do pânico, a Oficiala decidiu recorrer à AOJESP em busca de ajuda, porquanto sai de férias neste mês de março, depois de três anos sem gozar do benefício, e não tem nenhum Oficial para cobrir os dias. ?A nomeação de funcionários tem que vir do Juiz. Eles querem que eu me vire pra encontrar algum Oficial que me cubra?, afirmou.
De acordo com a presidente da AOJESP, Yvone Barreiros Moreira, a nomeação de Oficiais de Justiça é uma necessidade, além do que falta investimento em recursos humanos no Judiciário Paulista. Para a presidente, este é o motivo pelo qual alguns funcionários trabalham pouco, enquanto outros têm excesso de trabalho e adquirem doenças funcionais.
O Tribunal de Justiça não sabe administrar ou, se sabe, o faz de acordo com os interesses da cúpula. A maioria dos problemas cartorários existe por não saberem administrar, por falta de autonomia dos cargos de confiança e até por medo de grande parte dos servidores que trabalham num ambiente doentio. ?É inaceitável uma Oficial de Justiça chegar à véspera de suas férias com cento e oitenta mandados para diligenciar?, ressaltou Yvone.
A presidente da AOJESP telefonou para a juíza da Comarca. A magistrada se comprometeu a distribuir os mandados para três Oficiais de Justiça e afirmou que a sindicância aberta visa apurar os fatos. Disse também que a oficiala em questão fez carga de mandados das Execuções Fiscais, sobrecarregando-se, ao passo que deveria cumprir os mandados que já tinha em mãos, cargas feitas em seu posto de lotação
Fonte: AOJESP
AOJUS/DF – TRABALHANDO PELA VALORIZAÇÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA FEDERAL