Após a reunião dos coordenadores da Fenajufe com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na tarde desta quinta-feira [01], o Comando Nacional de Greve, em reunião na sede da Federação, concluiu que é preciso manter e fortalecer a greve até que haja uma resposta positiva referente ao orçamento dos PCSs do Judiciário Federal e do MPU. Embora a expectativa nessa semana fosse a possibilidade de um avanço efetivo no processo de negociação, infelizmente não foi isso o que ocorreu e o cenário apresentado exige um grande empenho e esforço da Fenajufe, dos sindicatos de base e, sobretudo, de toda a categoria, para que o movimento se intensifique e volte a crescer nas próximas semanas com a adesão, inclusive, daqueles estados que ainda não entraram na greve e daqueles que já suspenderam o movimento paredista.
O resultado das reuniões de ontem [01] deixou claro que o governo mantém a sua política de não conceder reajuste aos servidores e, no caso específico do Judiciário e do MPU, de não ter disposição em resolver o impasse que impede a aprovação dos novos planos de cargos e salários da categoria. Os integrantes do Comando Nacional de Greve também criticam a cúpula do Judiciário pela falta de uma posição firme para garantir avanços efetivos nas negociações e ainda por aceitar a proposta dada pelo governo de criação de uma comissão e de encaminhar a apreciação do projeto somente após a eleição de outubro.
Na avaliação dos dirigentes sindicais, a greve precisa se fortalecer para que a categoria tenha condições de cobrar do Supremo Tribunal Federal e dos demais tribunais superiores uma satisfação a repeito do desfecho das conversas com o governo essa semana. Matéria publicada na edição de ontem do jornal Correio Braziliense afirmava categoricamente, a partir de uma suposta fonte do STF, que a proposta de implementação do PCS já teria sido fechada pelos dois poderes e que o encontro dos presidentes Lula e Cezar Peluso apenas oficializaria os termos desse suposto acordo. E o que ocorreu foi exatamente o contrário: governo e STF encerram a semana sem apresentar absolutamente nada de concreto aos servidores e definem apenas a criação de uma comissão que tem o claro propósito de segurar, ainda mais, a tramitação do PL 6613/09.
Na reunião com o ministro Paulo Bernardo, os coordenadores da Fenajufe, ao se mostrarem insatisfeitos com o impasse, explicaram a expectativa da categoria, em greve há quase dois meses, por uma proposta objetiva que garantisse a aprovação do PCS e sua consequente implementação conforme a proposta original. Eles afirmaram ao representante do governo que a categoria rejeita essa resposta, que não contempla minimamente sua reivindicação.
Enfrentando a postura dos representantes do governo de quererem jogar essa discussão para depois das eleições de outubro, os dirigentes da Federação insistiram na importância da continuidade das negociações e, a partir daí, foi agendada uma nova reunião para a próxima quinta-feira, 8 de julho, às 10h, com a participação do ministro Paulo Bernardo e do Advogado Geral da União, Luís Inácio Lucena Adams. O ministro se comprometeu, ainda, convidar o STF para esse encontro.
Fonte: Fenajufe por Leonor Costa