Entre maio e 2008 e dezembro de 2010, o Supremo Tribunal
Federal (STF) deu posse a 200 analistas judiciários. 30% destas vagas surgiram
porque o servidor que estava no cargo optou por outra carreira pública. É o que
mostra um levantamento do próprio STF, obtido pela imprensa do Sintrajud. O
estudo mostra que a rotatividade também se repete nos cargos de técnicos: dos
177 convocados, no mesmo período, 45% supriram vagas abertas porque outras
carreiras públicas foram mais interessantes aos servidores. ?A título de
exemplo, ressalta-se que das 10 vacâncias ocorridas para o cargo de analista
judiciário ? área administrativa, sete decorreram de saídas de servidores para
ocupar cargos de mesmo nível em outras carreiras?, pontua o levantamento. Outro
dado interessante abordado no estudo, e que desmente toda a propaganda feita
pelo governo federal e pelos órgãos da grande imprensa, é que a carreira dos
servidores do judiciário federal é a menos atrativa entre as carreiras
correlatas no Executivo e no Legislativo. A carreira dos técnicos do judiciário
é a que tem maior defasagem quando comparada com os cargos de nível médio do
Executivo e do Legislativo.
Atualmente, no Judiciário, um técnico em início de carreira
recebe R$ 3.993,09, ao passo que no Executivo, um servidor de nível médio, no
cargo de Analista Tributário da Receita Federal, ingressa recebendo R$7.996,07,
e no Senado, um técnico legislativo inicia sua carreira com R$ 13.200,04. Já no
final de carreira, um técnico judiciário recebe R$ 6.360,71, enquanto que no
Executivo, como Analista Tributário da Receita Federal, o salário em final de
carreira é R$ 11.595,00 e no Senado, R$ 15.588,24. O levantamento do Supremo
corrobora diversos estudos elaborados pelo Departamento Econômico do Sintrajud,
que podem ser vistos no site (www.sintrajud.org.br). ?Essa procura por outras
carreiras públicas, com cargos pare cidos, mas com salários muito mais
atraentes, é a demonstração de que precisamos do PCS para ontem. Por isso temos
que nos mobilizar. Não podemos esperar somente pela boa vontade do presidente
do STF, precisamos pressioná-lo?, disse Antonio Melquíades, diretor do
Sintrajud e da Fenajufe. Melqui argumenta que o risco do congelamento, previsto
no PLP 549/09, pode tornar a situação ainda mais crítica, por isso, a
mobilização é fundamental: ?Nós servidores públicos estamos com a corda no
pescoço, e apenas a nossa mobilização fará com que Peluso se sente com Dilma
para negociar o nosso PCS?.
Fonte: Sintrajud