O assunto ?PCS? não foi tocado pelo novo presidente do STF, ministro Cezar Peluso, com o presidente Lula, no jantar oferecido pelo Planalto na semana passada aos presidentes dos tribunais superiores. A direção do Supremo Tribunal Federal informou a dirigentes da federação nacional (Fenajufe) que a questão deverá constar da pauta de uma audiência com Lula que será solicitada e da qual participará, além de Peluso, o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski.
A possibilidade de o impasse em torno do PCS dos servidores ser objeto de conversa entre Peluso e Lula naquele jantar chegou a ser cogitada pela administração do STF. Documento com todo histórico do PL 6613/2009, que está parado na Comissão de Trabalho por imposição do governo, teria sido preparado pela direção-geral do Supremo com esse objetivo.
Segundo Antonio Melquíades, Melqui, diretor do Sintrajud e da Fenajufe, a informação de que o caso não foi mencionado foi repassada, por telefone, pelo secretário de Recursos Humanos do Supremo, Amarildo Vieira de Oliveira. A notícia foi confirmada na reunião ampliada da categoria, realizada no domingo 2, em Brasília.
A falta de empenho da cúpula do Judiciário em defender o projeto vem recebendo críticas dos servidores. Não foi diferente na reunião ampliada, que ratificou a decisão de deflagrar a greve nacional da categoria a partir do dia 6 de maio. ?Não podemos confiar neles [na administração dos tribunais], temos que confiar em nossa mobilização?, disse Rosecler Bonato, servidora da Justiça do Trabalho do Paraná e uma das representantes do Sinjutra na ampliada. Ela criticou o fato de em cinco meses a cúpula do Judiciário não ter feito nada para viabilizar o projeto.
A constatação de que apenas com articulações políticas o projeto não avançará foi diversas vezes destacada por servidores. ?Temos que mostrar à categoria essa dura realidade, que só com muita luta haverá PCS?, disse Claudio Klein, diretor de base do Sintrajud e servidor do TRF, que criticou a tentativa do governo de impor o congelamento e a falta de vontade de parlamentares e da direção do Judiciário em reverter isso.
Fonte: Sintrajud, por Hélcio Duarte Filho